
Com o plenário da Câmara Municipal completamente lotado na tarde desta quinta-feira (27) por funcionários da Prefeitura de Alagoinhas, a sessão ordinária do legislativo versou praticamente sobre a greve deflagrada ontem, a falta de diálogo do Executivo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Municipal de Alagoinhas (SINPA) e as reivindicações da categoria.
Na Tribuna Popular, Sandra Margareth, diretora do sindicato, afirmou “que o motivo de nossa vinda a esta Casa é para solicitar apoio à nossa luta”. A dirigente sindical disse que “a pauta de reivindicação não é estranha aos vereadores e as vereadoras, tendo em vista que o SINPA, ao construir esta pauta, fizemos contato com todos os vereadores”. “Uma pauta que não tem nada de novidade e de extraordinário. Estamos buscando o direito à dignidade e de colocar o pão na mesa, pois estamos com uma perda inflacionária de 20%”, assegurou Sandra Margareth.
Ela também falou sobre o valor do vale alimentação, muito menor se comparado com o recebido pelos funcionários do SAAE, embora o regime estatutário seja o mesmo para os trabalhadores da autarquia e da prefeitura. Uma das pautas do atual movimento grevista é a equiparação do valor. “O prefeito Joaquim Neto antes de tomar posse se reuniu com o SINPA e garantiu que iria fazer a equiparação do valor da administração direta com aquele praticado no SAAE”, lembrou a dirigente sindical, acrescentando “que não estamos contra os companheiros do SAAE”.
Na sequência, Sandra afirmou que “nós queremos valorização e respeito, coisa que não estamos tendo por parte do prefeito Joaquim Neto”. Ela acusou a administração de fazer manobra para boicotar a greve. Segundo Sandra, o prefeito teria ordenado o corte do vale transporte e do vale alimentação ainda este mês e a proposta é cortar o salário do próximo mês. “A greve é legítima, é justa, nós só vamos arredar o pé desta greve quando tivermos êxito ou por força judicial”, completou.
A vereadora Juci Cardoso, primeira parlamentar a falar sobre a greve, colocou seu mandato à disposição do funcionalismo da prefeitura. “Não tem outro caminho, é a luta, e vocês podem contar integralmente com o nosso mandato”, pontuou.
O vereador Luciano Almeida afirmou que os trabalhadores estão brigando por causas justas. Ele criticou a administração municipal por direcionar apenas em 2023 mais de R$2 milhões em subsídio para a única empresa de transporte coletivo de Alagoinhas. O parlamentar também citou o excesso de estagiários na prefeitura, principalmente na Secretaria de Educação.
O vereador Jorge da Farinha, da base do governo, afirmou que “não concorda com o que estão fazendo com os servidores. “Joaquim, sou governo, mas já passou da hora prefeito de sentar com os servidores. Vamos chegar a um denominador comum, tem que respeitar o sindicato que representa os servidores”, salientou.
Os vereadores Raimundo Gode, Anselmo Bal e Thor de Ninha também se solidarizaram com os funcionários da Prefeitura de Alagoinhas e colocaram seus mandatos à disposição da categoria. Os três avaliam que o movimento grevista é justo.
Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas
Fotos – Jhô Paz