Na noite da última quinta-feira (24), foi realizada na Câmara Municipal de Alagoinhas a Audiência Pública “Saúde que acolhe, acessibilidade que transforma!”, iniciativa dos mandatos do vereador Cláudio Abiúde e da vereadora Juci Cardoso, em parceria com Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional -7 (CREFITO 7), para debater inclusão, reabilitação e o papel da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional na promoção da qualidade de vida.
A vereadora Juci Cardoso iniciou a audiência pública destacando a importância do debate sobre saúde e inclusão, ressaltando também sua vivência pessoal com a fisioterapia. “A fisioterapia tem garantido que eu não seja dependente do remédio. Precisamos de um plano municipal das práticas integrativas para garantir acesso a todos, sobretudo aos mais vulneráveis. Unir esforços entre o Parlamento e os profissionais é fundamental para uma cidade com mais saúde para todos”, declarou.

Com a cessão da palavra aos membros da mesa, o professor Nildo Manoel da Silva Ribeiro, coordenador do Grupo de Pesquisa Nespin/UFBA, diretor-secretário do CREFITO-7 e docente do Departamento de Fisioterapia da UFBA, destacou a importância da audiência e o papel transformador das profissões de Fisioterapia e Terapia Ocupacional na promoção de uma saúde integral e inclusiva. “A saúde não é só ausência de doença. É direito a ter lazer, trabalho e amigos. As nossas profissões têm um papel fundamental nessa ligação do indivíduo com a sociedade, promovendo inclusão, acessibilidade e participação social. Precisamos unir forças entre o poder público, o conselho e as universidades em prol do bem-estar da população”, defendeu.

Em seguida, o fisioterapeuta Anderson Freitas, conselheiro suplente do CREFITO-7 e coordenador de Apoio e Desenvolvimento da Atenção Básica da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, ministrou a primeira palestra da noite, com o tema “A inserção do fisioterapeuta na Atenção Primária à Saúde: evidências de resultados e custos”. Durante sua fala, destacou a importância da atuação desses profissionais na atenção básica e os impactos positivos na eficiência do sistema público de saúde. “A inserção de fisioterapeutas na atenção primária gera resultados positivos, incluindo a restauração da funcionalidade, a melhora no manejo de doenças crônicas e significativa redução nos custos e nas filas de espera do SUS”, pontuou.

A segunda palestra foi ministrada por Luciana Bilitário, coordenadora do curso de Fisioterapia da Escola Bahiana, que abordou o tema “Gestão de Carreira e Marca Pessoal para Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais”. Em tom inspirador, destacou a importância do autoconhecimento, do planejamento e do posicionamento profissional como pilares para uma trajetória sólida e coerente. “Independente da área em que você atua, é preciso olhar para a sua trajetória com cuidado. Sempre é possível melhorar, mudar e ascender – o importante é planejar e estar preparado, e não apenas disponível”, afirmou.

Encerrando o ciclo de palestras, a fisioterapeuta Juliana Prata dos Santos Barbosa, coordenadora técnica da Unidade de Reintegração Funcional (URF), apresentou a experiência do serviço municipal de fisioterapia em Alagoinhas, destacando sua estrutura, avanços e resultados alcançados. Ela ressaltou a importância da assistência fisioterapêutica pública e o compromisso da equipe com o cuidado humanizado e integrado: “Falar da saúde pública na assistência fisioterápica de Alagoinhas é um prazer para mim. A URF é referência, construída com profissionais comprometidos em garantir promoção, proteção e recuperação da saúde, de forma acolhedora e eficiente”.

Participação
Durante a participação do público, a fisioterapeuta Iramar Silva, coordenadora de Reabilitação do Centro Especializado em Reabilitação III – Pestalozzi Alagoinhas, destacou a importância da articulação entre os diferentes níveis de atenção e apontou desafios no fluxo de pacientes entre o centro especializado e a atenção básica. Ela ressaltou a necessidade de fortalecer a comunicação e a corresponsabilidade entre os serviços. “O usuário não é da unidade de reintegração funcional ou do Centro, ele é da comunidade. Precisamos garantir que ele retorne à sua unidade básica e que haja uma rotatividade responsável, com continuidade do cuidado em rede”, disse.
Em resposta, o conselheiro Anderson Freitas reconheceu a pertinência da observação e enfatizou a necessidade de institucionalizar fluxos e protocolos que garantam o compartilhamento efetivo do cuidado. “O posicionamento de Iramar traz um ponto essencial: a comunicação entre os serviços precisa ser formal e contínua. A coordenação do cuidado só se estabelece quando há diretrizes claras de ida e retorno do usuário, fortalecendo a rede e tornando a atenção primária mais resolutiva”, compreendeu.
Encerrando a audiência, o vereador Cláudio Abiúde agradeceu aos participantes e destacou a relevância do debate para o fortalecimento das políticas públicas de saúde. Ele reconheceu o impacto transformador da fisioterapia e da terapia ocupacional, citando sua própria experiência pessoal com o tratamento: “Eu sou um recuperado da fisioterapia e vejo a transformação que vocês trazem na vida das pessoas. Esse material será usado por nossos mandatos, porque o conhecimento compartilhado aqui é riquíssimo. Se politizem, usem esta Casa Legislativa, pois ela é de vocês.”

A vereadora Juci Cardoso também fez um pronunciamento final emocionado, ressaltando a importância do engajamento coletivo para a efetivação das leis que garantem a inserção dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na atenção básica. “Discutir essa pauta é falar de empregabilidade e de saúde pública. Precisamos garantir financiamento e estrutura para que esses profissionais estejam na estratégia de atenção primária. A fisioterapia e a terapia ocupacional salvam vidas — eu sou testemunha do impacto desse trabalho”, concluiu.

Para assistir a sessão na íntegra, clique no link: TV Câmara Alagoinhas
Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas
Fotos – Jhô Paz
 
															 
															 
															